A data de 19 de março de 2023 entrou para a história marcando a entrada definitiva do Brasil no seleto clube de oito países detentores da tecnologia de lançamento de foguetes espaciais: EUA, Rússia, China, Japão, França, Índia, Coreia do Sul e agora o BRASIL.
De fato, em 19/03/2023, às 14h52, foi lançado com sucesso, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara -CLA, o foguete sul coreano HANBIT-TLV. O lançamento, que foi transmitido ao vivo no YouTube, durou 4 minutos e 36 segundos e colocou na órbita uma carga útil totalmente brasileira.
Denominada Astrolábio, a operação foi o resultado de uma parceria entre o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial -DCTA e a startup sul-coreana Inno Space.
O foguete que não pode ser usado para fins militares, mede 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas. A velocidade máxima que pode atingir é de 4.600 km/h. Ele utiliza um sistema inovador de alimentação por bomba elétrica, além de tecnologia híbrida que utiliza o oxigênio líquido e uma mistura de parafinas. O sistema proporciona uma composição química estável, rápida e de menor custo.
É o primeiro lançamento realizado pelo CLA que entra no quadro de um contrato internacional. Esse sucesso caracteriza um passo gigante na consolidação do programa espacial brasileiro e abrirá o caminho para a realização de várias operações comerciais com outros operadores internacionais.
É importante lembrar que esse lançamento só foi possível graças ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas -AST celebrado em 2019 entre o Governo Brasileiro e os Estados Unidos.
Com este acordo, a Agência Espacial Brasileira -AEB lançou um edital para atrair o interesse de empresas na utilização do CLA. Quatro empresas foram habilitadas, dentre elas, a sul-coreana Inno Space.
O acordo contém cláusulas que protegem tanto a tecnologia usada pelos estrangeiros quanto a tecnologia nacional.
A operação Astrolábio demonstrou a capacidade nacional de desenvolvimento de tecnologias espaciais e lançamento de foguetes. O objetivo é de conquistar pelo menos 1% do mercado bilionário aeroespacial garantindo assim grandes receitas e consequentemente desenvolvimento para Alcântara, para o Maranhão e para o Brasil.
O País tem atualmente três satélites próprios em órbita para realização de tarefas de sensoriamento remoto: CBERS-4 e CBERS-04A, desenvolvidos em parceria com a China, e o Amazônia-1, uma parceria do INPE com a Agência Espacial Brasileira -AEB. Futuramente, o Brasil pretende enviar um nano satélite para o espaço a partir do CLA.